Resenha | Se você me visse agora, de Cecelia Ahern

Escritora: Cecelia Ahern

Editora: Rocco

Páginas: 304

Sinopse: "Elizabeth Egan não tem tempo para amigos e muito menos para a imaginação fértil do sobrinho Luke. O menino de seis anos acaba de conhecer Ivan, um amigo imaginário. Ao notar que Elizabeth às vezes pode ouvi-lo e sentir que está por perto, Ivan resolve conhecê-la melhor e, a partir daí, começa a aparecer frequentemente em sua vida, levando-a a sair de seu ritmo normal e retilíneo."

"É divertido fingir fazer coisas que normalmente não acontecem na vida real." (pág. 10)

Elizabeth é uma mulher de 34 anos, trabalha com projetos de decoração. É completamente perfeccionista e concentrada em tudo que faz. Sua mãe a abandonou quando ainda era pequena e ficou apenas com a responsabilidade de sua irmã, Saoirse.

"O próprio silêncio valia mais do que mil palavras. Nesse silêncio, tinha clareza e paz." (pág. 71)

Saoirse tem sérios problemas com bebida. Tem um filho, Luke, um garotinho de apenas 6 anos, mas decidi ir atrás de uma aventura pelo mundo e o deixa com sua irmã. Elizabeth se vê novamente na situação de antes: cuidando de uma criança.

Luke conhece Ivan. Ivan para todos nós, adultos, é invisível, mas ele entrou na vida de Luke por um propósito: seu trabalho é tentar restaurar as falhas existentes em uma família e mostrar novas possibilidades, trazer alegria.

"O importante não é a aparência, mas o papel que representamos na vida de nossos amigos. Amigos escolhem certos amigos por ser o tipo de companhia que estão procurando naquele momento específico, não por serem de altura, idade ou cor de cabelo correta." (pág. 98)

Geralmente a única pessoa que consegue vê-lo, são as crianças que mais precisam de ajuda, mas após um certo tempo brigando com seu sobrinho sobre essa ilusão de amigo imaginário, ela passa a vê-lo, porém ela não acredita que ele é invisível pois parece tão real...

"A vida é uma espécia de pintura. Uma pintura abstrata deveras bizarra. Vocês podem olhar para ela e achar que tudo não passa de um borrão. E pode continuar a viver achando que a vida não passa de um borrão. Mas se realmente olharem para ela, realmente a enxergarem, fixarem nela sua atenção e usarem a imaginação, a vida pode se transformar em muito mais." (pág. 99)

 

 

"Mas não é estranho o quanto as pessoas se tornam diferentes quando de fato as olhamos nos olhos?" (pág. 146)

 

Acreditando nessa realidade, Elizabeth começa a se apaixonar por Ivan e ele começa também a desenvolver um grande sentimento por ela. Mas claro que isso é impossível! Como as pessoas olhariam para a Elizabeth conversando sozinha, rindo sozinha e apresentando Ivan como se todos pudessem vê-lo?

"Mas essa é a questão que envolve as lições: sempre as aprendemos quando não esperamos ou não as queremos." (pág. 235)

 

O livro é narrado em terceira pessoa separando capítulos entre pontos de vista de Elizabeth e Ivan, o que você começa a perceber a aproximação entre eles e a mudança de cada um com o decorrer da narrativa. 

É possível perceber o motivo da aparição de Ivan na vida de Luke e Elizabeth. Era algo que ambos estavam precisando em suas vidas e precisavam de um pequeno "empurrãozinho" para torná-la ainda melhor e criar um vínculo familiar melhor.

"Quando você deixa um copo ou um prato cair no chão, provoca um ruído alto de coisa quebrando. Quando uma janela estilhaça, um pé de mesa se quebra ou um quadro cai da parede, tudo isso faz barulho. Mas quando se trata do coração, quando ele se parte, é completamente silencioso. Seria de se pensar que, sendo ele tão importante, provocaria o ruído mais alto do mundo, ou mesmo alguma espécie de som cerimonial, como o soar de um címbalo ou o badalar de um sino. Mas o coração é silencioso e você quase deseja que haja algum som que o distraia da dor." (pág. 239)

 

Não sei que outra palavra eu poderia descrever esse livro a não ser: mágico. Cecelia criou algo completamente diferente e que nunca havia lido. Um mundo repleto de imaginação e magia que te faz acreditar sempre em algo diferente, algo que pode ser invisível aos olhos dos outros, mas possível aos seus.

"A vida é feita de encontros e despedidas. Pessoas entram na nossa vida todos os dias, a gente dá bom-dia, dá boa-noite, algumas permanecem por alguns minutos, algumas permanecem por alguns meses, algumas por um ano e outras por toda a vida. Não importa quem seja, a gente conhece e então, se despede." (pág. 282)

 

Avaliação: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥