Cracóvia, 1939.
Anna é apenas uma menininha de 7 anos que fala diversas línguas, principalmente
a dos pássaros. Só que num mundo em Guerra, tudo fica perigoso. É quando o seu
pai é levado pelos alemães.
Sentindo-se sozinha e não sem saber o que fazer naquele
mundo sombrio e frio, Anna vê um homem misterioso, assim como seu pai, um homem
no qual começou a seguir e apelidou de “homem
das andorinhas”.
"O pai de Anna havia feito o possível para poupá-la do que estava acontecendo na cidade, mas uma guerra é uma guerra, e é impossível proteger para sempre uma criança do mundo." (pág. 18)
Eles não podiam falar os seus nomes verdadeiros, por isso
Anna era chamada de “querida” por ele e sempre que possível, ele a alimentava,
esquentava e fugiam dos perigos que ali circulavam. O problema que Anna era
jovem demais para entender tudo que estava passando por ali: ela sempre
questionava o porque estavam fugindo e o porque seu pai não voltava pra ela.
Nessa jornada, Anna e o homem das andorinhas encontram mais
um homem que estava solitário. Juntos vão tentar enfrentar as barreiras que a
guerra colocou e tentaram sobreviver há tudo que está por vim.
"Há adultos cuja autoridade é uma fortaleza bem estruturada, e outros com uma fachada frágil, frequentemente rebuscada, sem suporte. É tarefa da criança testar essas construções." (pág. 45/46)
💭
Quem me acompanha há um tempo já deve saber que sou
apaixonada por histórias ambientadas na Segunda Guerra Mundial, não é mesmo?
Tanto é que já indiquei por aqui O
Diário de Anne Frank, A Vida em Tons
de Cinza, Os Sete Últimos Dias de
Anne Frank, O Menino do Pijama
Listrado e A Menina que Roubava
Livros. Então quando vi a premissa de Anna
e o Homem das Andorinhas e no que abordava, eu não pensei duas vezes em ter
esse exemplar!
Um ponto que quero ressaltar dessa leitura é a ingenuidade
da criança, mas ao mesmo tempo como ela consegue ser “independente” quando as circunstâncias exigem. Vemos Anna
enfrentando obstáculos e fugindo da Guerra junto com desconhecidos. É triste
ver o que a realidade estava exigindo de apenas uma garotinha. Apesar de ser
uma ficção, quantas crianças não passaram por circunstâncias similares naquela
época?
"As pessoas são perigosas. E quanto mais pessoas houver em um lugar, mais perigoso ele se torna." (pág. 77)
Devo confessar que a forma como os acontecimentos foram
narrados fez com que eu demorasse um pouco para engatar na leitura. O autor Gavriel Savit detalha os ocorridos em
forma de parábolas. Foi a primeira vez que li um livro, principalmente
ambientado na Guerra, que abordava os temas importantes dessa forma. Ele
realmente faz o leitor se prender nesses detalhes, pois caso não seja feito, a
história não faz sentido.
Exceto isso (e os capítulos
grandes que são apresentados neste livro), a leitura Anna e o Homem das Andorinhas é uma leitura que traz grandes
reflexões. Faz você analisar diversas situações e se colocar no lugar da
personagem. O que seria de você caso se sentisse sozinha no mundo, sem ninguém
por perto? Confiar ou não confiar nas pessoas ao seu redor? Não há escolhas; a
única escolha é manter-se viva e longe dos alemães. Mais nada.
"Mas não existe conforto quando o som que substitui o tiroteio é a marcha e o triturar infindáveis do avanço dos exércitos." (pág. 171)
Apesar de ser um livro com uma temática forte como a Guerra,
achei que faltou profundidade em alguns acontecimentos e o autor deixou a
narrativa um pouco fraca. O motivo pelo qual os personagens se cruzam na
história é algo que poderia ter sido mais aprofundado, já que ganham vida no
decorrer da narrativa.
Anna e o Homem das
Andorinhas não é um livro ruim; ele é diferente dos livros no quais estamos
acostumados narrados na visão da Segunda Guerra. Ele, de certa forma, é
poético. Apesar dos problemas da Guerra e tudo que envolve, o autor te faz
refletir e a ter esperança de dias melhores.
"Mudanças externas não ocorrem sem mudanças internas." (pág. 189)
"As perguntas são muito mais valiosas do que as respostas, e também provocam muito menos destruição à sua frente. Se você continuar a buscar perguntas, não poderá se perder do caminho certo." (pág. 266)
Título original: Anna and the Swallow Man
Escritor: Gavriel Savit
Editora: Fabrica231
Ano de publicação: 2016
Páginas: 272
Escritor: Gavriel Savit
Editora: Fabrica231
Ano de publicação: 2016
Páginas: 272
Gênero: Guerra mundial
SINOPSE
Cracóvia, 1939. Anna tem apenas sete anos quando seu pai, professor de linguística, é levado por soldados alemães. Ela então encontra o homem das andorinhas, uma figura misteriosa que, assim como seu pai, é capaz de se comunicar em vários idiomas, até na língua dos pássaros. Sem nada a perder, a garota decide segui-lo. Mas num mundo em guerra, tudo se prova muito perigoso. Até o homem das andorinhas.
Oi Fabiana, tudo bem? Eu também me interesso por livros ambientados nessa época histórica, mas sempre fico MUITO emocionada que chega a doer, por isso acabo lendo poucos livros assim e devagar, ainda mais quando envolve crianças. Talvez esse seja mais leve, mesmo em se tratando de Segunda Guerra Mundial. Esperança é o que restava naquela época, que tristeza.
ResponderExcluirBeijos, Adri
Espiral de Livros
Olá Fabiana tudo bem?
ResponderExcluirAdorei sua análise e ,de fato, fiquei um pouco triste quando percebi através da resenha que o autor se perdeu um pouco por conta da falta de aprofundamento de certas situações.
Infelizmente essa tem sido a marca de nosso tempo ,quando o principal ponto tem sido destacar a fluidez da narrativa, o que muitas vezes significa uma leitura que não exige para para analisar aquilo que está sendo lido ou porque o autor deixou tudo mastigado -e portanto perde esse gosto por imaginar aquilo que isso autor quis dizer -ou por ter sido tão superficial que não requer análise e aí. ..se perdem premissas maravilhosas por falta de aprofundamento.
Seja como for,assim que possível, vou conferir a dica .
Obrigada.
Olá,não conhecia o livro mais me interessou pois tem a segunda guerra presente na historia e isso me interessa muito dica anotada
ResponderExcluirUma pena o livro nao ter se aprofundado da maneira que deveria, acho que histórias assim, mais do que qualquer outra, merecem certo detalhamento. Nao conhecia o livro e adorei sua resenha.
ResponderExcluirOi, Fabiana!
ResponderExcluirNão conhecia o livro e eu costumo ler poucos livros com temáticas de guerra porque eles costumam me afetar muito. Fiquei curiosa com a premissa e se tiver oportunidade quero conhecer o livro.
Beijos,
Rafa - Fascinada por Histórias
Oi, Fabiana! Não conhecia esse livro, mas preciso dele pra ontem, estou encantada com a história, amei ler a sua resenha e a sua opinião!!!
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