Resenha | As outras pessoas, de C. J. Tudor

As Outras Pessoas, lançamento da escritora C. J. Tudor, chegou primeiramente pelo clube Intrínsecos. Nele, nós vamos conhecer uma história cheia de mistérios, reviravolta e que vai te deixar chocado.

Um quebra-cabeça para ser preenchido.

Uma menina pálida em um quarto branco. Mãe e filha em fuga. Uma garçonete na beira da estrada aprisionada. E um pai que perde esposa e filha de maneira brutal.

Gabe é o pai que está desesperado, mas que mantem a esperança de encontrar a sua filha, mesmo após três anos. Ela, assim como a mãe, foi dada como morta em um crime não solucionado.

Não existiam recomeços. Não de verdade. Estamos todos presos em rotinas pessoais, sem conseguir reunir energia para sair delas. (pág. 60)

Mas, nos cantos da internet, ele encontrará pistas que tanto procurava. É no meio dessas emoções e descobertas que ele embarcará em uma jornada desenfreada em buscas de respostas e justiça.

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Bem envolvente!

Esse foi meu primeiro contato com a escrita da C. J. Tudor e confesso que gostei bastante! A forma como a autora narra os acontecimentos, fazendo o leitor ficar totalmente preso no enredo e bem curioso para descobrir todo o mistério, é bem desenvolvido.

Em muitos momentos, durante a narrativa, eu me sentia “bugada” com tantos os acontecimentos. Em alguns capítulos temos uma visão de um personagem e em outros, conhecemos quem é a menina do quarto branco e como essas histórias se conectam, de alguma forma.

Mas o amor apaixonado sempre se abranda um pouco. Não tem jeito. Como tudo o mais, o amor deve evoluir. Para sobreviver, sua chama precisa ser baixa e constante, não alta e ardente. (pág. 119)

Mesmo a narrativa sendo boa e apresentando uma grande proposta, demorei um pouco para me conectar com os personagens e percebi que havia alguns furos durante a história. Não que isso atrapalhou sua beleza, mas foi como me senti.

E quando descobrimos o significado do título?

É nesse ponto que eu fiquei “Ahá! Então é por isso”! Eu adoro quando isso acontece e entendemos o real motivo por trás daquilo. Isso demorou um pouquinho para acontecer, afinal, havia muito mistério e história para desenrolar, mas valeu a pena acompanhar essa jornada.

As Outras Pessoas é um livro muito bom e que aguça a curiosidade do leitor. A autora soube como descrever perfeitamente os detalhes dos cenários apresentados e isso foi o que mais me conquistou, porém, nos últimos capítulos, achei que a narrativa foi rápida – totalmente diferente do que foi apresentado no começo.

Então eu indico esse livro para aqueles que adoram o gênero mistério/suspense e/ou nunca leu nada da autora. Garanto que esse livro vai te deixar chocado e totalmente preso para encontrar as respostas.

Mais quotes

Ninguém sabe, até ser pressionado, quais são seus verdadeiros limites. (pág. 127)

Porque a vida não é justa. Porque temos que escolher, e às vezes essas escolhas são difíceis. Às vezes nem temos escolha. Nem tudo pode ser consertado com agulha e linha e cola, e nem todos nós vamos terminar nossos dias numa varanda ensolarada. (pág. 183)

Não são as grandes mentiras, mas as pequenas, as meias verdades - as que se acumulam, umas sobre as outras, como um iceberg quilômetros. (pág. 229)

Um presente nunca é só um presente. Às vezes é um pedido de desculpas, às vezes um gesto de amor. Às vezes é uma forma de exercer pressão ou de fazer chantagem emocional. Às vezes é uma forma de diminuir a culpa. Às vezes á uma forma de parecer benevolente. Às vezes é uma demonstração de poder ou riqueza. (pág. 232)

O ódio pode servir de combustível para atravessar os piores momentos. Luto, desespero, terror. Amor e perdão podem mantê-lo aquecido, mas o ódio é capaz de abastecer um foguete até a lua. (pág. 259)

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Título original:

Editora: Intrínseca

Escritora: C. J. Tudor

Páginas: 304

Lançamento: 22 de junho de 2020*

Gênero: suspense / mistério

SINOPSE:

Gabe Forman está preso em um engarrafamento, atrasado para o jantar em casa com a família, quando o rosto de sua filha, Izzy, de cinco anos, aparece no vidro traseiro do carro à frente e balbucia “papai”. Três anos depois, Gabe passa seus dias e noites rodando pela estrada em que viu Izzy pela última vez.
Garçonete em um dos muitos postos de gasolina por onde Gabe passa à procura da filha, Katie é solidária ao “homem magro”, apelido que deu a ele. Ela sabe o que é perder alguém. Há nove anos, sua família ficou destruída depois que seu pai foi assassinado.
Fran também vive na estrada com Alice. Mas elas não estão à procura de ninguém; estão fugindo, porque Fran sabe que, se um dia as encontrarem, elas serão mortas.
Todas essas histórias têm algo em comum: pessoas que passaram por acontecimentos terríveis que não conseguem deixar para trás. Elas não vão encontrar a paz no perdão ou no esquecimento. Elas só vão encontrar a paz se fizerem justiça.