A Casa Holandesa vai contar a história de Danny e Maeve.
Dois irmãos que só se sentiam confortáveis quando estavam juntos e ao longo de cinco décadas, contaram suas trajetórias e a dificuldade para superar a dor do passado.Tudo começou após o fim da Segunda Guerra, quando Cyril Conroy, pai de Danny e Maeve, entrou para o ramo imobiliário e conseguiu dinheiro para tirar a família da pobreza. E sua primeira aquisição foi a Casa Holandesa: uma extravagante propriedade no subúrbio da Filadélfia. Porém, o que seria uma surpresa para a esposa, acabou desencadeando diversas emoções e o fim da família.
"Mas como eu poderia sentir falta de alguém que eu nunca conheci?" (pág. 31)
Mesmo sem entender o porquê a mãe teria ido embora, Maeve e Danny continuam unidos e buscando força em cada um. Porém, quando a madrasta vai morar na casa junto com suas duas filhas, algumas coisas acontecem até que eles são expulsos e se encontram novamente a pobreza.
O vínculo entre eles, ao mesmo tempo que os salvam, também bloqueia o futuro.
"Mas nós sobrepomos o presente a ele. Olhamos para o passado pela lente do que sabemos agora, então não o vemos como as pessoas que éramos, vemos com os olhos das pessoas que somos hoje, o que significa que o passado foi radicalmente alterado." (pág. 51)
Uma história sobre herança, perdão e amor.
Quando eu vi a sinopse desse livro e vi que o mesmo apresentava uma questão sobre após o término da Segunda Guerra, percebi que era o tipo de livro que me conquistaria, pois para quem me acompanha há mais tempo, sabe que é uma temática que eu gosto e muito.
Logo no primeiro capítulo eu já estava envolvida na trama, tentando decifrar tudo o que estava acontecendo. Esse ritmo permaneceu até o fim da primeira parte, onde eu realmente gostei de Maeve e Danny, entendi todos os dilemas e senti todas suas dores.
Porém, a segunda e terceira parte acabaram não me conquistando. Achei que a narrativa demorou para desenrolar e os acontecimentos acabaram não me surpreendendo muito.
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O que me fez gostar muito da primeira parte do livro foi a forma como a Ann Patchett apresentou os acontecimentos. Com uma narrativa em terceira pessoa, a autora mostrou o crescimento dos personagens, intercalando entre acontecimentos de quando eram crianças e acontecimentos atuais, quando são adultos.
Isso foi muito importante no começo para que entendesse o que realmente estava acontecendo na vida de Maeve e Danny, assim como o significado da Casa Holandesa. Confesso que gostei em saber qual era a verdadeira essência por trás disso tudo e o porquê a casa causava efeito nas pessoas: para o pai, um troféu; para a mãe, um fardo; para a madrasta, uma ambição concretizada.
"Quando não podíamos fazer nada a respeito de uma coisa, era melhor esquecê-la." (pág. 76)
Em alguns momentos me senti incomodada com a forma como Maeve lidava com algumas situações, querendo sempre comandar tudo por ser a irmã mais velha. Em outros, eu sentia o empatia por ela e pelo Danny, pois era perceptível como ele tinha um coração enorme e estava sempre disposto em ajudar e cuidar, principalmente da irmã.
Apesar de não ter gostado tanto das duas últimas partes do livro, A Casa Holandesa tem uma proposta interessante, diferente e até mesmo instigante. Mostra como os personagens tiveram que lidar com o turbilhão de sentimentos e emoções desde cedo, assim como todas as escolhas acabaram afetando não apenas o passado, mas também o futuro de cada um.
"Existem momentos na vida em que damos um salto, e o passado que nos sustentava até então sai de trás de nós e o futuro onde pretendíamos aterrissar ainda não está em seu lugar, e por um instante ficamos suspensos, sem reconhecer nada nem ninguém, nem a nós mesmos." (pág. 126)
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Título original: The Dutch House
Escritora: Ann Patchett
Editora: Intrínseca
Páginas: 320
Lançamento: previsto em 20 de agosto de 2020 nas livrarias*
Gênero: romance
SINOPSE: Após a Segunda Guerra Mundial, graças à conjugação de sorte e um investimento fortuito, Cyril Conroy entra no ramo imobiliário, criando um negócio que logo se tornará um império e levará sua família da pobreza a uma vida de opulência. Uma de suas primeiras aquisições é a Casa Holandesa, uma extravagante propriedade no subúrbio da Filadélfia. Mas o que seria apenas uma adorável surpresa para a esposa acaba desencadeando o esfacelamento de toda a estrutura familiar.
Quem narra essa história é o filho de Cyril, Danny, a partir do momento em que ele e a irmã mais velha — a autoconfiante e franca Maeve — são expulsos pela madrasta da casa onde cresceram. Os dois irmãos se veem jogados de volta à pobreza e logo descobrem que só podem contar um com o outro. E esse vínculo inabalável, ao mesmo tempo que os salva, é o que bloqueia seu futuro.Apesar de suas conquistas ao longo da vida, Danny e Maeve só se sentem verdadeiramente confortáveis quando estão juntos. Narrada ao longo de cinco décadas, A Casa Holandesa é uma história sobre a dificuldade de superar o passado. Com bom humor e raiva, os dois rememoram inúmeras vezes seu relato de perda e humilhação e a relação entre o irmão indulgente e a irmã superprotetora enfim será colocada à prova quando os Conroy se virem forçados a confrontar quem os abandonou.
Uma saga sobre o paraíso perdido, A Casa Holandesa se debruça sobre questões de herança, amor e perdão, uma narrativa sobre como gostaríamos de ser vistos e quem de fato somos. E, embora seja um livro repleto de reviravoltas que farão o leitor devorar a história, seus personagens ficarão marcados por muito tempo na memória.
Que obra incrível, estou com ela aqui na estante louca para ler, adorei sua resenha e considerações sobre a história!
ResponderExcluirOi Fabiana.
ResponderExcluirEstou conhecendo este livro através da sua opinião e você apresentou uma história bem interessante. Além da capa ser linda. Já estou adicionando na lista de desejados. Parabéns pela resenha e obrigada pela dica.
Bjos