A série de contos Pela Janela de Casa, organizado pela Editora Planeta, conta com 7 contos inéditos onde cada autor narra uma história que acontece durante a pandemia.
Reflexos do passado
Em um dos momentos mais intensos da sua vida, Cecília decide permanecer em São Paulo e enfrentar os desafios da maternidade longe da família. Contudo, a distância física ganha um novo nome quando um vírus surge para prendê-la em casa. Preocupada com a saúde do filho, ela passa os dias lutando contra a ansiedade, o medo e a solidão. Mas tudo muda no dia em que o destino a presenteia com palavras, fotos e memórias repletas de fé.
Ao olhar para o passado, Cecília descobrirá quantas lutas foram travadas para que as mulheres da sua família sobrevivessem. E, inspirada por tamanha força, desafiará o presente ao dar vida à esperança.
Sonhos interrompidos
Nessa história, a quarentena e as dores do caos são vividas e sentidas de formas muito distintas, por personagens cujas trajetórias insistem em se cruzar.
Aqui, nessa história, abre-se uma janela para as vidas de outras pessoas, que talvez os leitores não conheçam, de cuja existência eles talvez não saibam, ou com as quais eles nem tenham vínculo algum. Exceto, no entanto, por um detalhe: todos, leitores e personagens, vivem ou já viveram sob o decreto de quarentena dado pelo governo após um vírus contagioso, o CODIV-19, se alastrar por todo o mundo, adoecendo e matando milhares de pessoas. Com suas vidas transformadas pelo caos, pelo medo e pelo desespero, todos se veem teoricamente intimados a ficar dentro de suas casas, sem poder sair. Mas a ordem governamental atinge pessoas de realidades muito distintas...
Miguel é o filho único de um casal tóxico, sendo obrigado a conviver com um padrasto abusivo e violento com a mãe. Garoto negro periférico que sonha em ser um ator de sucesso e se mudar para os Estados Unidos em busca de uma vida melhor, Miguel estava cheio de planos, mas então vem a pandemia. Viver em quarentena nunca foi tão difícil para o rapaz, que já não suportava a convivência dentro da própria casa e, agora, terá de ficar. E não se sabe por quanto tempo.
A trajetória de Miguel se cruza com a de Alissa, garota privilegiada e influenciadora digital de sucesso. Como seguir mostrando aos outros sua vida perfeita, agora que essa vida não parece tão perfeita assim? Confinada em seu apartamento, sem poder contar com nada além do apoio virtual de seus fãs, ela vai precisar ajustar sua rotina. E sua visão de mundo será abalada pelo encontro com o jovem da periferia, encarregado de levar até ela as refeições pedidas via serviço de delivery.
Pela janela
Depois que uma pandemia se instala em todo o planeta, as janelas e varandas se tornam o palco do mundo. Pessoas vão para fora para respirar um pouco de vida, já que as notícias que chegam aos telejornais são cada vez mais sufocantes. Mas as janelas de todos estão abertas e muitos segredos poderão ser revelados.
Em uma realidade triste e desesperadora, Rebeca não esperava conhecer alguém tão intrigante em plena quarentena, mas quando Marcos escreve um cartaz para ela, Rebeca percebe que o isolamento não será tão solitário quanto previa. Sua vida passa de um tédio absurdo para algo muito mais interessante. Talvez até demais...
Em uma realidade triste e desesperadora, Rebeca não esperava conhecer alguém tão intrigante em plena quarentena, mas quando Marcos escreve um cartaz para ela, Rebeca percebe que o isolamento não será tão solitário quanto previa. Sua vida passa de um tédio absurdo para algo muito mais interessante. Talvez até demais...
Dono do tempo
Em Dono do tempo, o protagonista, um homem obrigado a se manter isolado em seu apartamento, se coloca diante de perguntas que exigem respostas urgentes: Como usamos nosso tempo nos dias de hoje? Adianta termos à disposição todo o tempo do mundo se não estamos prontos para enfrentá-lo? Será que estamos prontos para sermos donos do nosso tempo?
Neste conto inédito, Bruno Fontes mostra como a solidão forçada pode ser capaz, quase em paradoxo, de reaproximar as pessoas. Algumas relações talvez já estivessem em quarentena muito antes do vírus, e foi necessária uma devastadora pandemia global para que enfim se compreendesse o real significado da palavra "companhia".
Antes do mundo virar de cabeça para baixo
Quando o mundo virou de cabeça pra baixo, eu tive um encontro inesperado... com alguém e comigo mesmo.
Eu, que reclamava tanto da falta de horas no meu dia, tinha agora um problema inédito: horas demais. E sabe o que a gente faz com tempo sobrando? Tempo esse que a gente já fez de tudo para preencher e, ainda assim, sobra? A gente pensa demais. A cabeça fica cheia de vazio. A cabeça simplesmente fica repleta de tudo e de nada. Aí vêm a carência, as pequeninas paranoias, o inevitável contato consigo mesmo, com todas as coisas que estavam sendo evitadas, jogadas para debaixo do tapete, ignoradas.
Coisas da alma, do coração, da mente. Dores, cicatrizes, perguntas, respostas, dúvidas, incertezas, inseguranças, fraquezas, sentimentos que a gente sabe que moram na gente, mas que simplesmente deixamos para lá, numa tentativa tola de esperar que o passar dos dias traga qualquer espécie de solução. Raramente traz.
Sete dias pro fim do mundo
O mundo acaba em sete dias e Bruno só tem mais sete cigarros sobrando em casa. Uma onda de acontecimentos levou o mundo ao colapso extremo e, presas em casa há meses, as pessoas apenas receberam a notícia de que o mundo acabaria.
Ninguém sabe como. Eles só têm a data pra isso: sete de julho. Bruno resolve racionar os cigarros enquanto conta o que sobra em casa. Passa o tempo lendo ou relendo os livros que sobraram, jogando videogame e observando os vizinhos pela janela. O sistemas de internet e televisão já foram desligados no Brasil. Enquanto fuma seu cigarro do dia, Bruno percebe a janela do apartamento da frente aberta e com luzes piscando. Tenta identificar quem seria o morador que ainda não abandonou o prédio. Até que surge Júlia, uma vizinha com quem já tinha esbarrado uma ou duas vezes sem trocar nada além de "bom dia" e "boa noite".
Em suas janelas, Bruno e Júlia iniciam uma relação pautada pela nostalgia e pela conformação com o fim iminente. Numa contagem regressiva dos dias que faltam, os dois se veem vulneráveis e partilham suas ideias sobre amores, família, traumas, observações cotidianas e experiências que os levam a revisitar períodos da vida em que o futuro ainda era incerto. Até que o mundo acabe.
O cuidador de pássaros
🌻 Esses contos são independentes. Não há conexão entre si, apenas o tema isolamento durante a pandemia.
Muito interessante a ideia dos contos sobre o isolamento da pandemia. Tinha visto a Paola Aleksandra comentando no instagram sobre o conto dela, mas ainda não conhecia os outros e achei todos bem interessantes, fora que o assunto é super atual, né? Cada um com seu ponto de vista individual, deve render ótimas leituras.
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ResponderExcluirOi Fabiana.
Os contos que você apresentou são bem interessantes. Parece que cada conto trouxe temas com assuntos atuais. Fiquei com vontade de lê-los. Obrigada pela dica.
Bjos
Estou gostando dos contos que estão surgindo nesse momento tenso que estamos vivendo. ica mais que anotada
ResponderExcluirSai da Minha Lente