Com o bombardeio da Segunda Guerra Mundial, poucas livrarias sobreviveram a esse ataque e é exatamente o contexto de "a última livraria de Londres" que foi inspirada em uma história real.
A história começa a ser contada em agosto de 1939, quando a jovem Grace abandona sua vida no interior da Inglaterra e chega a Londres com o sonho de esquecer seu passado e recomeçar a sua vida.
Apesar de não entender tanto sobre livros, ela consegue um emprego na Primrose Hill, uma livraria localizada no coração da cidade. Porém não demora muito para que tudo mude e fique sombrio com os ataques das forças de Hitler ficando cada vez mais iminentes à cidade.
Em meio aos blecautes e bombardeios, e uma população assolada pelo medo, Grace tenta fazer o possível para que a livraria seja um ponto onde todas essas pessoas e elas encontrem refúgio através das páginas.
"Mas os livros serviam a um propósito. As distrações sempre eram necessárias. Ainda mais em tempos de conflito." (pág. 42)
Histórias com temática da Segunda Guerra Mundial sempre acabam me despertando interesse, principalmente por serem inspiradas em acontecimentos reais. São histórias trágicas, que partem o coração, mas que ao mesmo tempo me chamam atenção de conhecer um pouco mais sobre algo que mudou a vida de milhares de pessoas.
"A última livraria de Londres" foi uma leitura que me conquistou logo de cara. Grace é uma personagem que só quer recomeçar a sua vida, mas infelizmente esses ataques começam acontecer e sua vida muda completamente de uma hora para a outra.
Porém, ela encontra força onde não esperava encontrar. A gente vê uma personagem que mesmo não conhecendo muito sobre livros, se dedica ao trabalho e tenta fazer o possível para que tudo fique perfeito. Porém, quando ela lê uma obra que ganhou de presente de um amigo que estava indo para a Guerra, percebe ali como as páginas podem ser o seu refúgio e de muitas outras pessoas também.
"Ler é ir a algum lugar sem precisar pegar um trem ou navio, desvendar mundos novos e incríveis. É viver uma vida que você não nasceu para viver e uma chance de ver algo colorido pela perspectiva de outra pessoa. É aprender sem ter que enfrentar as consequências dos fracassos, é aprender como ter sucesso da melhor maneira. Acredito que dentro de nós há um vazio, uma lacuna esperando para ser preenchida por algo. Para mim, esse algo são os livros e todas as experiências que eles oferecem." (pág. 61)
Muitas mulheres estão sofrendo por ver o marido partindo para a Guerra, sem saber quando haverá notícia novamente e até mesmo por mandar as crianças para outro local. Muita dor e sofrimento tem assombrado a cidade de Londres e isso faz com que Grace fique determinada em fazer com que os livros sejam o refúgio para cada uma delas nesse momento tão difícil.
Gostei muito da forma como a autora descreveu todos os acontecimentos. Ela soube como relatar acontecimentos históricos, deixando o coração apertadinho em diversos momentos da leitura, mas também soube como transparecer a esperança em tempos difíceis e tudo isso com uma particularidade única, fazendo com que a leitura ficasse sútil nos momentos dos ataques.
Além de tudo, Madeline Martin trouxe inúmeras referências literárias ao longo do livro. Vários clássicos foram citados ao longo da narrativa, fazendo com que o leitor ficasse realmente imerso e sentisse que estava em casa, mesmo com o mundo desabando ao redor.
"Não se desculpe pelos seus sentimentos. Nunca se desculpe pelo que sente." (pág. 135)
"A última livraria de Londres" é um livro que fala sobre amizade, perda, amor, compaixão e coragem. Um romance histórico que me conquistou a cada virar de página, me trouxe muita emoção, mas que também, assim como Grace, esperança.
Mais quotes:
"Havia um odor especial de papel e tinta, indescritível e desconhecido para qualquer um, exceto um verdadeiro leitor. Ela levou o livro ao rosto, fechou os olhos e inspirou aquele cheiro maravilhoso." (pág. 167)
"É através dos livros que podemos encontrar a maior esperança." (pág. 181)
"Mas era verdade como a raiva podia ser usada para mascarar a dor, especialmente quando a dor era uma emoção que deixava o indivíduo tão vulnerável." (pág. 223)
Título original: The last bookshop in London
Escritora: Madeline Martin
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Ano: 2022
Gênero: romance histórico
Classificação: +14
SINOPSE
Em agosto de 1939, a jovem Grace Bennett abandona sua vida no interior da Inglaterra e chega a Londres com o sonho de esquecer seu passado conturbado e ter um novo começo.
Só que o clima sombrio que encontra não tem nada do charme cosmopolita que tanto havia idealizado. Nos meses que se seguem, as forças de Hitler começam a varrer a Europa e o ataque alemão à cidade se torna cada vez mais iminente.
Nesse cenário, a população londrina fica assolada pelo medo. As crianças são evacuadas e tem início o racionamento de comida. O único emprego que Grace consegue é na Primrose Hill, uma livraria excêntrica situada no coração da cidade.
A princípio, sobrecarregada com a organização da loja, ela não tem tempo para ler os livros que vende. Afinal, nunca foi uma grande leitora. Mas quando ganha um exemplar de presente de uma pessoa especial, o que começa como uma obrigação se torna uma paixão que a atrai para o incrível mundo da literatura.
Em meio aos blecautes e bombardeios da Blitz, Grace continua administrando a loja, e vê que o poder das palavras e de contar histórias une sua comunidade de maneiras que ela nunca imaginou – uma força que triunfa até mesmo nas noites mais tenebrosas da guerra.
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