Resenha | Daisy Jones and The Six, de Taylor Jenkins Reid

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

 Daisy Jones and The Six é um dos livros mais comentados da Taylor Jenkins Reid e confesso que tinha um pouco de receio de não gostar da obra, mas assim que iniciei a leitura, me vi totalmente envolvida no mundo rock'n'roll.

Taylor Jenkins Reid

"Saber que tem uma pessoa no mundo que faria qualquer coisa por você e por quem você faria qualquer coisa, isso traz uma paz para a gente." (pág. 20)

 

Pense em uma banda antiga da qual fez um enorme sucesso em sua época? Exatamente dessa forma que ficamos envolvida com Daisy Jones and The Six.

Aqui conhecemos uma banda dos anos setenta com um enorme potencial de crescimento e cada integrante aproveitou ao máximo a chance para o enorme sucesso. Por outro lado, a gente Daisy Jones, uma jovem que também tinha um grande sonho de se tornar uma estrela do rock.


"É preciso aprender a conciliar as duas coisas. O que você tem e o que acha que merece." (pág. 65)

 

E algo realmente acontece para que o caminho de Daisy Jones e a banda The Six cruze e o sucesso é imediato. Ficam nas paradas de sucesso, shows sempre lotados e o público vai ao delírio com as músicas.

Só que isso é o que o público realmente vê: uma carreira de enorme sucesso. Mas o que será que acontece nos bastidores? O que acontece na vida pessoal de cada integrante? Seria possível Daisy Jones participar apenas de algumas músicas ou agora ela era obrigada a ser parte da banda?


"Quando você está numa situação como essa, sendo ameaçada por um homem, é como se tudo o que você fez para chegar até aquele momento - em que você se vê sozinha com um cara em quem não confia - passasse diante dos seus olhos.
Alguma coisa me diz que não é isso o que acontece com os homens. Quando eles estão ameaçando uma mulher, duvido que revejam o que fizeram para se tornarem uns babacas. Mas deveriam olhar para trás e perceber o que aconteceu." (pág. 119)

 

São inúmeras perguntas sem respostas, principalmente após a turnê Aurora, em 1979, quando a banda se separa e ninguém sabe o porquê. Até então.

Sabe aquele livro que você não espera gostar tanto, mas que acaba surpreendendo de uma forma bem positiva? Foi exatamente assim que me senti com a obra.

Me deparei com uma narrativa diferente da qual estou acostumada. Cada capítulo somos apresentados à todos os integrantes e tudo em forma de entrevista. É como se cada um contasse a sua versão dos fatos, como um documentário mesmo, e isso me deixou totalmente imersa nesse mundo que a Taylor Jenkins Reid criou.


"As pessoas dizem que a vida segue em frente, mas esquecem de contar que às vezes o tempo congela só para você. Só para você e a sua garota. O mundo deixa de girar e vocês ficam lá, tranquilos. Pelo menos é essa sensação. Às vezes. Se você tiver sorte." (pág. 150)

 

E pode até parecer confuso conhecer as visões dos personagens dessa forma, mas digo que não. Tudo isso ficou bem envolvente e me fez compreender perfeitamente tudo o que cada um pensava sobre determinada situação.

Sei que muitas pessoas podem não gostar desse tipo de narrativa, mas acredito que vale muito a pena dar uma chance, pois a escrita da autora é muito envolvente e cativa, e é quase impossível parar de ler, pois em cada diálogo você quer mais e mais respostas. É viciante!


"Algumas pessoas não são uma ameaça para as outras. Mas tem casos em que uma pessoa significa uma ameaça para a outra em todos os sentidos. É assim que as coisas são." (pág. 180)

 

Além disso, a autora nos apresenta várias questões dos bastidores, envolvendo questões importantíssimas sobre drogas, bebidas, sexo, relacionamento tóxico, abortos e em como toda e qualquer decisão afetava a vida de cada um, mas também da banda como um todo. É importante ressaltar que isso pode ser um gatilho para algumas pessoas.

No final, fiquei realmente querendo que a banda Daisy Jones and The Six existisse, pois me senti como se fosse uma fã da mesma, conhecendo melhor suas personalidades e o motivo da separação. É como se uma parte de mim fosse despedaçada junto com a turnê de despedida, sabe? E eu amei essa sensação.

E é claro, no final há um plot twist onde eu, em nenhuma hipótese, imaginava aquilo que foi relatado. Fiquei com um misto de sensações e até mesmo sem palavras. Acho que foi perfeito e fechou a obra com chave de ouro.


"Mas o amor não se resume a perfeição, diversão, risos e sexo. Amar é perdoar, ter paciência e fé. (...) É por isso que é uma coisa perigosa se apaixonar pela pessoa errada. Amar alguém que não merece ser amado. Precisa ser alguém que mereça sua confiança, e você precisa merecer a confiança da outra pessoa. Isso é uma coisa sagrada." (pág. 218)

 

Já li outras obras da Taylor e fiquei realmente encantada com sua delicadeza em abordar determinados assuntos, mas aqui, meu coração foi ganhado de outra forma e acredito que ela entregou tudo com essa obra. Então acredito que se você ainda não deu uma chance, vai amar conhecer a história dessa banda - só não espere um romance fofo porque isso não tem por aqui.


"Em algum momento, é preciso reconhecer que não dá para controlar o que os outros fazem, e que dar um passo e se preparar para amparar a pessoa quando ela cair é o máximo que você pode fazer. É como se jogar no mar. Ou melhor, não exatamente. É como jogar alguém que você ama no mar e torcer para essa pessoa saber nadar, porque sabe que tem um risco grande dela se afogar bem na sua frente." (pág. 299)


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Título original: Daisy Jones and The Six
Escritora: Taylor Jenkins Reid
Editora: Paralela
Páginas: 360
Ano: 2019
Gênero: romance / drama
Classificação: +15

SINOPSE
Todo mundo conhece Daisy Jones & The Six. Nos anos setenta, dominavam as paradas de sucesso, faziam shows para plateias lotadas e conquistavam milhões de fãs. Eram a voz de uma geração, e Daisy, a inspiração de toda garota descolada. Mas no dia 12 de julho de 1979, no último show da turnê Aurora, eles se separaram. E ninguém nunca soube por quê. Até agora.

Esta é história de uma menina de Los Angeles que sonhava em ser uma estrela do rock e de uma banda que também almejava seu lugar ao sol. E de tudo o que aconteceu — o sexo, as drogas, os conflitos e os dramas — quando um produtor apostou (certo!) que juntos poderiam se tornar lendas da música.

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