Cinco pessoas. Cinco chances. Uma busca para a felicidade. É exatamente essa alegria que Allegra Bird vai buscar em Sardas, livro escrito pela Cecelia Ahern e publicado pela HarperCollins.
A personagem principal tem os braços repletos de sardas e, muitas vezes, ela usa uma caneta para ligar todos os pontos, montando como um "quebra-cabeça" a sua própria constelação.
Sardas também é seu apelido e isso nem sempre a incomodou. Ela sempre foi uma personagem focada e determinada naquilo que sempre quis. Atualmente trabalha como guarda de trânsito e sempre avalia se os clientes compraram o ticket do estacionamento e se estão com a situação regular.
E é quando ela percebe que nem todo mundo gosta de seguir regras. Até que um carinha do qual ela vem multando há muito tempo lhe conta que todo mundo é uma média das cinco pessoas com quem mais convive, Allegra tem um vislumbre de sua vida e começa a perceber algumas coisas que ela poderia mudar em sua vida.
E é quando essa jornada de autoconhecimento e de descobrir quem são essas cinco pessoas que moldam quem ela realmente é, que determinam o seu futuro, que vamos conhecer a trajetória de Allegra.
Cecelia Ahern é uma autora que já li quase todos as suas obras publicadas e gosto muito da forma como ela descreve as personagens e lida com algumas situações. PS Eu Te Amo, por exemplo, tá aí para provar essa teoria.
Então dizer que estava com expectativa para ler Sardas era pouco, afinal, a autora sempre foi uma das minhas queridinhas. Só que nem tudo é realmente perfeito, né?
"Às vezes seria mais fácil ser humana se não houvesse outros humanos." (pág. 95)
Sardas é uma leitura que desenrola devagarinho. As coisas não acontecem de uma maneira rápida. Demorei para entender sobre a personalidade da personagem e até mesmo entender sobre seus conflitos e dilemas internos.
Um outro ponto que queria ressaltar é a questão do linguajar da personagem. Em muitos momentos achei que as palavras eram realmente fortes, sabe? Não que muitas pessoas (ou até mesmo eu) diga essas coisas no dia a dia, mas acho que a Cecelia Ahern quis deixar a personagem mais real, porém não me agradou tanto.
Quando o desconhecido aparece na vida de Allegra e ele realmente fala sobre essas cinco pessoas, é quando a história começa a ter um rumo e desenrolar um pouco melhor, afinal, o leitor vai realmente conhecer uma jornada de autoconhecimento.
Esse ponto foi bem bacana ao longo da narrativa, sabe? Ver Allegra, uma mulher que tinha uma rotina em sua vida e que não costumava sair dela, procurava sempre fazer as coisas corretamente, seguir as regras, e aí um belo dia ela viaja para Dublin para encontrar respostas; encontrar suas cinco pessoas.
"Talvez todo mundo tenha o mesmo medo. Talvez todo mundo acorde e se revire com o mesmo pavor de que não era isso que eles tinham em mente. A vida não está indo conforme planejado, e qual era mesmo a porra do plano? Então uma xícara de café e tudo bem, uma notícia e tudo bem, uma música favorita e passou. Uma compra on-line e nunca existiu. Uma conversa com um amigo e está tudo enterrado. Uma olhada nas mídias sociais e qual era mesmo o problema?" (pág. 231)
E essa teoria é algo que eu gostei bastante, afinal, a gente acaba "pegando" um pouquinho da personalidade das pessoas que convivemos, não acham? A gente sempre tem algo para admirar das pessoas que estão em nossa volta e que, de alguma forma, impactaram em nossa jornada. Isso até me fez pensar quem são as minhas cinco pessoas.
A obra me mostrou que nem sempre precisamos fazer algo para agradar alguém. Não precisamos prometer nada para ninguém. Temos apenas que ser quem realmente somos, viver a nossa vida da melhor maneira que acreditamos e tudo bem admirar pessoas que também não sabem da sua existência, mas que de alguma maneira impactaram na sua vida.
Num contexto geral, Sardas foi uma leitura boa. Demorei para me conectar com a narrativa (e não me conectei totalmente), porém gostei de como tudo aconteceu e o final deixou meu coração quentinho, afinal, Allegra merecia isso em sua vida também.
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Escritora: Cecelia Ahern
Editora: HarperCollins
Páginas: 320
Ano: 2021
Gênero: romance
Classificação: +15
SINOPSE
Os braços de Allegra Bird são repletos de sardas. Mas, apesar de seu apelido, Sardas nunca conseguiu ligar todos os pontos. Então, quando um estranho lhe conta que todo mundo é uma média das cinco pessoas com quem mais convive, ela decide mudar sua vida. Assim, em uma jornada para se autoconhecer, ela se muda para Dublin para encontrar não só uma, mas as cinco pessoas que formem quem ela é ― e que irão determinar seu futuro.
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