O que você faria após perder o seu marido? Ficaria em casa sofrendo o luto ou seguiria com aquela viagem que vocês programaram? Anna tem uma decisão para tomar e isso mudará completamente o rumo de sua jornada.
Anna e seu noivo estavam programando a viagem de suas vidas: eles iriam velejar por diversos lugares e viver muitos momentos inesquecíveis. Mas após cometer suicídio, todos os sonhos são interrompidos e Anna se vê perdida.
Dez meses dois de sua morte, ainda sofrendo com a perda da pessoa que ela mais amava, ela reúne todas as suas forças para recomeçar. Seu primeiro passo é seguir com os planos da viagem, mesmo que sozinha.
Isso seria algo bom para ela ou não? Nem mesmo ela sabe como tudo vai acontecer, ainda mais que seu coração ainda está em fragalhos. Porém, de que outra forma ela poderia sentir que ele estivesse ali, do seu lado, se não fosse velejando?
Então ela embarca nessa aventura, mas percebe, após uma noite de navegação bem arriscada, que não conseguirá realizar essa viagem sem ajuda. Decidida em buscar por alguém, ela contrata Keane, um marinho profissional, que já passou por muitos momentos difíceis em sua vida, para ajudá-la nessa jornada.
Ele está ali apenas para ajudá-la no trajeto, porém, à medida que se afastam do continente, eles vão conversando mais sobre o passado e tudo que aconteceu em suas jornadas. Seria ali, para Anna, a chance de enxergar um novo recomeço?
"Partidas e chegadas" é um livro pouco conhecido, mas confesso que estava curiosa para conhecer essa história e entender em como a nossa personagem iria lidar com o luto.
Comecei a leitura bem envolvida, pois logo no primeiro capítulo já é possível sentir um pouquinho das emoções que as próximas páginas irão trazer. Logo de cara já sabemos sobre a morte de seu marido e em como ela tem tentado lidar com a saudade.
E tudo isso é muito complexo, né? Afinal, não existe um jeito certo ou errado de lidar com a ausência de alguém. Não existe o caminho perfeito para curar a dor do coração. Cada um sabe o que é melhor para si.
Então, quando Anna decide embarcar nessa viagem, a história começa a desenrolar.
Para a nossa personagem, esse era o único jeito de ainda manter a memória do seu noivo viva. Ela não sabia se isso poderia ser algo totalmente bom para ela ou não, mas decidiu embarcar da mesma forma, buscando fazer algo que seria importante para eles.
A medida que a história vai desenrolando, conseguimos entender perfeitamente em como Anna tem se sentido com relação a tudo isso. Quando Keane entra na história, ela acaba descobrindo que abrir seu coração e compartilhar alguns de seus sentimentos, também pode ser uma maneira de lidar com o luto.
Eu gostei da forma como a Trish Doller trouxe algumas questões ao longo da narrativa, mostrando a importância de lidar com o coração partido, de aprender a se perdoar e a perdoar outra pessoa, e em arriscar no desconhecido.
Apesar de ter gostado disso, ainda assim, senti que a autora poderia ter explorado muito além. Ela seguiu em um caminho onde a personagem está buscando recomeçar a sua vida após uma grande perda. Também mostrou em como seu coração continua partido com tudo que vivenciou nos últimos dez meses, mas senti que faltou aprofundar em algumas questões.
Além disso, alguns momentos durante a narrativa, achei que aconteceram de uma maneira bem rápido. Novamente, a profundidade, até mesmo nos diálogos, foi algo que poderia ter sido mais explorado. Gostaria de ter sentido mais emoções ao longo dos capítulos.
De qualquer forma, "partidas e chegadas" foi uma boa leitura. Ele é aquele livro que mostra que muitas vezes as pessoas surgem em nosso caminho quando mais esperamos e outras ficam para sempre em nosso coração. Que não devemos ter medo de recomeçar, de nos jogarmos no desconhecido. Às vezes só precisamos de um passo para mudar tudo.
Você pode gostar também:
Escritora: Trish Doller
Editora: Faro
Páginas: 256
Ano: 2021
Gênero: drama
Classificação: +15
SINOPSE
Por meses, Anna e o noivo programaram a viagem de suas vidas... mas a morte trágica dele interrompe todos os sonhos. Anna se sente perdida por um bom tempo, até que reúne forças para recomeçar. E sua primeira decisão é seguir com os planos daquela viagem, sozinha. Mesmo com as memórias tristes e um trajeto desafiador, Anna embarca em um veleiro numa aventura quase perigosa, encarando os próprios receios e ignorando os temores de seus amigos. Depois de uma noite de navegação arriscada, ela percebe que não vai conseguir realizar a viagem sem ajuda. Então, contrata Keane, um marinheiro profissional, que passou por momentos difíceis e estava apenas seguindo com sua vida. À medida que se distanciam do continente, ambos têm a oportunidade de se abrir, de lidar com o passado... Talvez fechar a porta que os manteve paralisados permita que tracem uma nova rota ― uma nova chance
Postar um comentário