Já imaginou você conseguir enxergar além das aparências? Conseguir ver as cores das pessoas e quais são seus sentimentos, sejam eles felizes ou não? É exatamente o que acontece com Alice, nossa personagem principal.
Desde os 8 anos, Alice começou a enxergar a áurea das pessoas. Ela consegue identificar quando alguém está feliz, triste, com raiva ou qualquer outro sentimento. Inicialmente, ela não conseguia entender nada disso, mas aos poucos foi obrigada a conviver com todas essas cores ao seu redor.
Quando jovem, sua mãe nunca aceitou que ela fosse diferente. Nunca acreditou que ela tivesse esse dom. A colocou em uma escola para crianças especiais e nunca deu a atenção necessária para ela e nem para os seus irmãos. O problema é que seu irmão mais novo conseguiu absorver toda a cor que a mãe emanava.
Assim que está mais velha e precisa lidar com as questões da vida adulta, Alice se vê reclusa de tudo e de todos. Ela não quer ser tocada. Ela não quer absorver nenhum sentimento de ninguém. E aos poucos ela vai ter que aprender a lidar com todas essas questões que vão fazer parte da sua vida para sempre.
Já li muitos livros da Cecelia Ahern e confesso que gosto de sua escrita, da forma filosófica que ela apresenta algumas questões em suas páginas e com "de mil maneiras diferentes" senti que ela explorou isso muito além.
Um livro que vai intercalando em vários acontecimentos, tanto do presente quanto do passado, e é preciso estar atento a todos os detalhes que a autora deseja expressar ao longo de cada capítulo.
Confesso que em alguns momentos fiquei confusa com essa narrativa. A escrita da autora é boa e traz muitas questões que nos fazem refletir, porém, os capítulos não pareciam ter um fim exatamente, entende? É como se cada parte encerrasse de uma maneira brusca e mudasse para outro acontecimento.
Essa foi uma leitura que acabei não me conectando com a trama, mas acabei sentindo empatia pela personagem em muitos momentos. Além dela lidar com essas questões das cores e praticamente sozinha, afinal, nem tudo mundo conseguia entendê-la, ainda assim, ela passou por muitas outras questões em sua vida.
O romance é algo em segundo plano nessa trama porque Cecelia Ahern trouxe questões como depressão, ansiedade, drogas e outros temas relevantes nas entrelinhas, mostrando uma personagem que lutou para construir a sua própria vida e todas as suas barreiras, fazendo com que nada pudesse afetá-la mais do que o normal, mas também mostrou a empatia da mesma, afinal, no momento mais difícil, ela era a única lá para ajudar aquela que não acreditava nela.
Então, acredito que a mensagem mais impactante desse livro é isso, sabe? De que nunca devemos virar as costas para as pessoas que amamos porque não sabemos o amanhã. Que todas as escolhas que fazemos, geram alguma consequência e mesmo nos momentos mais difíceis, sempre existirá uma solução.
Apesar de todas as reflexões, "de mil maneiras diferentes" foi uma leitura ok. Uma leitura que gostei em alguns pontos, mas senti que outros poderiam ter sido mais explorados e narrados de uma maneira que se conectassem melhor.
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Título original: In a thousand different waysEscritora: Cecelia Ahern
Editora: HarperCollins
Páginas: 320
Ano: 2024
Gênero: romance
Classificação: +16
SINOPSE
Alice sabe tudo sobre as pessoas: o bom, o ruim e até aquilo que muitas vezes nem sabem que sentem. Os sentimentos têm cores para ela, como marcas muito definidas das intenções dos outros.
No entanto, ela não apenas vê as emoções existindo, também as sente. Mesmo sem querer. E por isso vive em constante fuga ― é impossível se sentir de mil maneiras diferentes ao mesmo tempo.
Mas, para encontrar seu caminho, Alice vai precisar fazer as pazes com aquilo que mais a assusta.
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